sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Por Rafael Libaneo
![](https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/29/Margot_Wahlstrom_Sveriges_EU-kommissionar.jpg)
Já tem um tempo, escrevi sobre a participação feminina na política aqui no Brasil e, por mais que exista uma lei de incentivo ao aumento do número de mulheres presentes na nossa política, o número ainda é reduzido.
Em 2014, com o recém chegado governo sueco, o ministério das relações exteriores ficou na responsabilidade de Margot Wallström, que não pensou duas vezes em responder que a política exterior seria feminista. A resposta causou um certo desconforto nos liberais e em outras camadas da população que nao entenderem muito bem o que a ministra quis dizer.
Margot explicou que essa política feminista “Não é só um assunto de igualdade de gênero, mas também de desenvolvimento humano e de segurança. É uma maneira de alcançar sociedades melhores e mais sustentáveis”. Quando analisamos políticas externas nos outros países, é possível perceber que a agenda não se modifica e que assuntos de interesses machistas são sempre colocados em primeiro lugar. São poucas as vezes em que políticas de inclusão são tidas como importantes para a agenda internacional.
As relações internacionais podem ser vista de outro mudo com essa nova tomada de decisão; o ponto central sueca são as negociações de paz. Esse projeto se baseia, como a própria ministra diz, em três erres: respeito pelos direitos, representação e recursos.
“Respeito pelos direitos humanos porque, segundo o diagnóstico do governo sueco, os direitos das mulheres têm sido tratados como um tema à parte dos direitos humanos e, muitas vezes, ficam excluídos das políticas neste âmbito.”
Segundo Wallström, “os direitos humanos são os direitos da mulher”.
“O segundo eixo tem a ver com melhorar a representação feminina em todos os âmbitos, desde a governabilidade até as conversas de paz, passando pela economia e pelas instituições fundamentais.
“Esta é uma condição "sine qua non" para alcançar igualdade de gênero. "Só por meio da participação ativa em todos os níveis de tomada de decisão é que será possível transformar as agendas", explicou Wallström.
Uma outra forma de se olhar as políticas externas lideradas por mulheres, são os governos liderados por mulheres; Brasil, Argentina, Alemanha, Chile etc. Principalmente no Cone-Sul, a participação feminina tem aumentado, não so no alto escalão da politica, mas nos coletivos de base.
“Sabemos que o papel das mulheres no mundo e em particular nos países do chamado Sul Global, tem mudado de forma significativa nas últimas décadas, especialmente em relação à inserção crescente das mulheres no mundo do trabalho e nos espaços de poder. O avanço da industrialização, em particular com a globalização, transformou a estrutura produtiva e deu continuidade ao processo de urbanização, o que junto com a queda das taxas de fecundidade que chegou a muitos dos países menos desenvolvidos, proporcionaram um aumento das possibilidades das mulheres encontrarem postos de trabalho na sociedade. A sociedade urbano-industrial provocou uma mudança em todas as classes sociais, no mundo todo.”
Cabe a nos o foco nas políticas feministas para a total inclusão de todos na política e na vida participativa coletiva, seja para a melhoria como para uma renovação da forma de se pensar. Esses projetos inclusivos dos governos acaba atraindo cada vez mais, jovens que anteriormente não tinham interesse algum por política, mas agora conseguem se ver representados de alguma forma.
FONTE:
SUÉCIA aposta em política externa feminina:
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150624_politica_exterior_feminista_suecia_rm acessado em 13 de Outubro de 2015 às 14:37
AS MULHERES, o desenvolvimento sustentável e os BRICS
http://brasilnomundo.org.br/analises-e-opiniao/as-mulheres-o-desenvolvimento-sustentavel-e-os-brics/#.ViFEfodB40s acessado em 13 de Outubro de 2015 as 15:15
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