domingo, 8 de novembro de 2015
por Rafael Libaneo
A exatos cinco anos, uma crime motivado por homofobia chocou a comunidade por sua frieza. A “lampadada” da Av. Paulista ficou famosa e foi noticiada em vários meios de comunicação, mostrando que a falta de segurança é grande. O que choca ainda mais, é a falta de uma legislação que culpabilise a homofobia. Na constituição brasileira, a homofobia não é colocada como uma forma de crime, apenas como uma discriminação, mas crime de homofobia não existe. Não existe e para alguns, não deve existir. Para o debutado Jair Bolsonaro, conhecido por destilar seu ódio contra a comunidade LGBT, a homofobia não deve ser crime pois isso seria dar privilégio a gays, lésbicas, travestis e transsexuais. A PL 122, que seria o projeto de lei que colocaria a homofobia como crime no foi para frente pois a bancada conservadora, composta por ruralistas, religiosos e militares, mais conhecida como bancada BBB (boi, bala e bíblica), foi totalmente contra, contribuindo para o arquivamento do projeto. Os conservadores chamaram a PL de “Lei dos Privilégios”, alegando que heterossexuais também sofrem discriminação, são assassinados e sofrem com a violência do mesmo jeito que a comunidade LGBT também sofre. Mas a pergunta é, quem bate em outra pessoa pelo fato dela ser heterossexual? Em que medida, ser heterossexual te coloca nas margens da sociedade? quando, ser heterossexual, te tira a oportunidade de emprego? quantos heterossexuais tem medo de sair na rua segurando a mão da pessoa que ama? Não existe estatística para essas informações, sabe por quê? Pois não existe preconceito contra heterossexuais. Simples assim.
A lâmpadada na Av. Paulista chocou bastante, tanto pelo crime em si, como pela frieza do agressor, que não pensou duas vezes antes de atacar um grupo de amigos que caminhava pela calçada. O video ta aqui:
O indivíduo que atacou o jovem com a lâmpada foi condenado, cinco anos depois, a 9 anos de prisão, mas continua foragido.
Mas e aí, quantas mortes LGBT o arquivamento da PL 122 causou?
Segundo o Grupo Gay da Bahia, o mais antigo do Brasil, “Em 2013 foram contabilizados 312 assassinatos, mortes e suicídios de gays, travestis, lésbicas e transexuais brasileiros vítimas de homofobia e transfobia”. Os casos de suicídio crescem constantemente por causa do bullying sofrido diariamente, e o que mais impressiona é a idade; as pessoas que mais sofrem esse bullying sao jovens e crianças, entre 13 a 19 anos, que chegam a um estresse tao grande, que para eles, a única saída é por fim à sua própria vida.
As políticas públicas LGBT andam lentamente. Devagar e sempre se segue, criando novos ambientes, respeito e desenvolvimento social.
Um dos maiores problemas que as políticas LGBT não tem tanto como cobrir, é a criação de guetos. É muito comum saber sobre bairros, baladas e bares ditos "gays". Muitas das vezes, esses lugares viram pontos de ataques homofóbicos, mas no fim das contas, não existe como prever tais ataques, o que acaba deixando tudo mais complicado.
Mas pra que proteger toda essa comunidade?
Protege-los é dar privilégios.
FONTE:
A BANCADA BBB domina o congresso
http://www.cartacapital.com.br/revista/844/bbb-no-congresso-1092.html
A LEI dos privilégios
http://rachelsheherazade.blogspot.com.br/2015/01/a-lei-dos-privilegios.html
HOMOFOBIA
http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1039&Itemid=262
POLÍTICAS LGBT
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/27467512/politicas-publicas-lgbt
Marcadores:Brasil,construção social,discriminação,gays,gênero
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