domingo, 18 de outubro de 2015
Por Rafael Libaneo

Já faz um tempo que as drags queens vem tomando um espaço cada vez maior no quotidiano brasileiro. Desde que o canal de filmes online Netflix disponibilizou as temporadas de RuPaul’s Drag Race, elas vem tendo cada vez mais visibilidade. Mas o que são as Drag Queens? Calma, vou explicar!

 
(RuPaul)
É muito complexo colocar as drag queens como expressão de gênero, até porque elas podem não, diretamente, expressar um gênero, e sim ser uma expressão artística. Um homem hétero que se veste de mulher, ou uma mulher hétero que se veste de homem, ou um gay que se veste de mulher, ou uma lésbica que se veste de homem e assim vai. Complexo, certo? Bastante, mas vamo lá que vai dar tudo certo! 

A palavra Drag nos leva ao antigo teatro shakesperiano, onde somente homens podiam ser atores, inclusive quando o personagem era uma mulher. Os homens se vestiam de mulher e interpretavam assim os seus respectivos papeis. Logo, drag quer dizer Dressed as Girl, ou, vestido como garota. 

(Chaz Bono)
Muitas pessoas tendem a confundir travestis, drags e transsexuais, então cola comigo que eu vou tentar deixar tudo isso bem claro.
Pra começar, vamos falar das travestis e transsexuais. Travestis tem a expressão de gênero feminina logo, “A” travesti é o jeito correto de se falar. “O” travesti é ofensivo e não deve ser usado! Travesti pode ser aquela pessoa que se identifica como mulher, sente uma certa necessidade de alteração física, mas não sente necessariamente vontade de mudar o seu órgão sexual. A diferença entre trans e travesti se encontra nesse ponto; as transsexuais são aquelas pessoas que sentem a necessidade de, além do tratamento hormonal, algumas cirurgias para a mudança no corpo, como por exemplo uma cirurgia facial, sentem a necessidade de fazer a cirurgia de resignação sexual, ou seja, a mudança do seu sexo. MAS RAFAEL E AS DRAGS?! 
Como eu disse no início, as drags não são necessariamente uma expressão de gênero mas elas sofrem com todo o preconceito e estigma colocado sobre elas. O preconceito é grande, principalmente porque a imagem que se vê é a de um homem vestido de mulher e, para todos aqueles que acham isso incorreto, as colocam como abomináveis, estranhas e por fim, acabam atacando, criando mais um grupo de vítimas do preconceito da nossa sociedade. É difícil estabelecer um número exato de drags que sofrem com o preconceito pois poucas tem coragem de ir até uma delegacia relatar o ocorrido, primeiro por medo do que lhes pode acontecer e em segundo lugar, pela vergonha de ir a uma delegacia onde ela provavelmente vai ser ridicularizada. Você deve estar se perguntado por que eu estou me referindo às drags como “elas”. Bom, como eu ja disse, drags não são expressão de gênero, mas a sua grande maioria, por fazer uma personificação feminina, gosta de ser chamada pelo sexo em que ela se encontra no momento, logo, fique atento e não cometa nenhuma gafe quando se dirigir a uma delas.
A quarta e última parte do livro, "Identity as Improvisation", de Rusty Barrett, Anna Lívia, Mary Bucholtz, Colleen Cotter e Marjorie Goodwin, traz à tona os novos arranjos sociais que providenciam os significados para construir novas identidades. Identidade, ao invés de uma instância determinada, é algo construído e reificado continuamente. É importante ter em mente que a linguagem não é a única formadora de identidades, mas sistemas inteiros de atividades. As drag queens, por exemplo, ao se manifestarem, podem estar celebrando a dissolução das categorias de gênero. Sua linguagem é ambivalente, crítica e, às vezes, raivosa. Vários estilos indexicalizam uma identidade múltipla e política, que protesta contra a homofobia, racismo e todos os preconceitos contra os/as que não se enquadram na ‘normalidade’. 
Ao passo que algumas feministas condenam a performance das drag queens como misógena, teóricas defendem que elas tratam da subversão ou inversão de questões de gênero tradicionais. Teorias queer, também chamadas de teorias feministas pós-estruturalistas, glorificam a drag como uma força desconstrutiva altamente política, trabalhando para minar questões de gênero. Segundo essa teoria, as drags não debocham das mulheres, mas se vêem também lutando contra opressões de gênero, o que, por si, mereceria apoio das feministas e não desdém. Claro que não estamos, como em nenhuma outra parte, falando de identidades monolíticas, e por isso não podemos atribuir características unidimensionais às drags. Elas não são inerentemente subversivas ou misógenas. Há que se lembrar que as pessoas têm um "repertório de identidades" e que, em dado momento, é pinçada uma entre várias outras.”
Um ponto que eu considero extremamente importante a que deve ser levando em conta e que deve SIM ser problematizado, é a marginalização de drags, trans e travestis.
VAMOS TODOS DIZER NÃO AO PRECONCEITO! 

SHANTAY YOU STAY

sábado, 17 de outubro de 2015

Texto de Nina Lavezzo de Carvalho.


!!!SPOILER ALERT!!!!
[Esse texto é um review - sob a perspectiva feminista - do filme Gone Girl (Garota Exemplar, em português), de David Fincher, adaptação do best-seller de Gillian Flynn, publicado em 2012. Então, migx, se você não assistiu ou leu o livro, tá na hora hein? Baixe, alugue, procure na TV, enfim, assista e depois leia o texto!]

Quem acompanha o Inclusive já está sabendo da coluna literária da Bruna, que começou mês passado e está maravilhosa [aqui e aqui]! Bem, essa inspiração foi o bastante para que eu quisesse escrever sobre cinema também. Talvez não de forma tão regular quanto uma coluna, mas, depois desse final de semana, não restaram dúvidas. O que houve no final de semana?! Bem, finalmente assisti Garota Exemplar. E, acreditem, é um soco no estômago.


sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Por Bruna Corrêa



Recentemente, uma amiga querida minha me ligou e começou a contar de maneira muito revoltada sobre uma constante que percebia acontecer na atual televisão brasileira – o hábito dos programas em colocar quadros de “transformações”.  Funciona assim: os produtores escolhem mulheres com a aparência “desleixada” e as arrumam. O motivo de sua consternação se derivou do fato de a maioria destes programas escolherem apenas mulheres para a realização da “transformação”. Afinal, questionou-se, por que somente mulheres devem passar por tal processo? Somente a beleza feminina necessita de reparos e é, por acaso, característica intrínseca às mulheres ficarem “desleixadas” ou serem afetadas pelo tempo?
Por Luiza Torrezani Todo domingo é a mesma coisa, a família reúne e lá vem o interrogatório para minha prima mais velha, de uns 28 anos. "Você nessa idade e não tem nem namorado, quando vai engravidar?" "Você está envelhecendo, já está passando da hora, hein?"  E se o único filho que ela quiser ter for um gato ou cachorro, qual o problema?

A gente ri, brinca e depois esquece. Mas isso não é só uma brincadeira. 
Com o estilo de vida que temos hoje mudaram-se as prioridades, mudaram a disponibilidade, mudaram as perspectivas. 
Ser mãe não é mais uma atividade inquestionável, como era no tempo de nossas avós. Ser mãe é uma opção, e não uma obrigação. Com o passar dos anos e uma maior conscientização do empoderamento das mulheres, elas passaram a ter mais domínio dos seus corpos, passando a perceber que fazemos dele o que quisermos, afinal, ele é nosso. No texto O Empoderamento Feminino na Extensão, uma Proposta de Promoção à Saúde,  em que se configura o “empoderamento, em Promoção da Saúde, segundo Teixeira (2002), como “um processo que ajuda as pessoas a afirmar seu controle sobre os fatores que afetam a sua saúde” (apud Airhihenbuwa, p. 345). 

Por Bárbara Martins



Ilustração: Vitor Teixeira/ Retirada do site

Muitos fatos que vêm acontecendo atualmente me fazem crer que as pessoas estão opinando sobre o feminismo sem saber realmente do que o assunto trata, e pra opinar sobre alguma coisa, people, é importante conhecer e entender do que você está falando. Muita gente acha que se você é a favor de uma coisa, necessariamente é contra outra, e nesse sentido dizem que não são feministas, mas são a favor do tratamento igualitário e os mesmos direitos exercidos por ambos os gêneros. Opa, tem alguma coisa errada nessa afirmação. Dizer que não é feminista mas que acha que todos devem ter os mesmos direitos é falar que não é feminista, mas é feminista. Feminismo é a luta por direitos iguais entre homens e mulheres. Feminismo não prega ódio contra a população masculina e muito menos é o contrário de machismo. Feminismo não prega a dominação das mulheres sobre os homens. O feminismo está relacionado com a liberdade. 
Por Rafael Libaneo

O Brasil é um país de extremos e a gente sabe disso. Temos uma parte ínfima de população que detém a grande parte da riqueza enquanto uma outra aparte da população não tem nem onde morar. 
Já tem um tempo, escrevi sobre a participação feminina na política aqui no Brasil e, por mais que exista uma lei de incentivo ao aumento do número de mulheres presentes na nossa política, o número ainda é reduzido. 
Em 2014, com o recém chegado governo sueco, o ministério das relações exteriores ficou na responsabilidade de Margot Wallström, que não pensou duas vezes em responder que a política exterior seria feminista. A resposta causou um certo desconforto nos liberais e em outras camadas da população que nao entenderem muito bem o que a ministra quis dizer. 
Margot explicou que essa política feminista “Não é só um assunto de igualdade de gênero, mas também de desenvolvimento humano e de segurança. É uma maneira de alcançar sociedades melhores e mais sustentáveis”. Quando analisamos políticas externas nos outros países, é possível perceber que a agenda não se modifica e que assuntos de interesses machistas são sempre colocados em primeiro lugar. São poucas as vezes em que políticas de inclusão são tidas como importantes para a agenda internacional.
As relações internacionais podem ser vista de outro mudo com essa nova tomada de decisão; o ponto central sueca são as negociações de paz. Esse projeto se baseia, como a própria ministra diz, em três erres: respeito pelos direitos, representação e  recursos. 
“Respeito pelos direitos humanos porque, segundo o diagnóstico do governo sueco, os direitos das mulheres têm sido tratados como um tema à parte dos direitos humanos e, muitas vezes, ficam excluídos das políticas neste âmbito.” 
Segundo Wallström, “os direitos humanos são os direitos da mulher”. 
“O segundo eixo tem a ver com melhorar a representação feminina em todos os âmbitos, desde a governabilidade até as conversas de paz, passando pela economia e pelas instituições fundamentais.
Esta é uma condição "sine qua non" para alcançar igualdade de gênero. "Só por meio da participação ativa em todos os níveis de tomada de decisão é que será possível transformar as agendas", explicou Wallström.
O último eixo é o de recursos e busca aumentar e redirecionar os recursos para objetivos de gênero. Isso requer um compromisso político, pressupostos especiais e a flexibilidade de se obter mais dinheiro para esses objetivos.
Uma outra forma de se olhar as políticas externas lideradas por mulheres, são os governos liderados por mulheres; Brasil, Argentina, Alemanha, Chile etc. Principalmente no Cone-Sul, a participação feminina tem aumentado, não so no alto escalão da politica, mas nos coletivos de base.
“Sabemos que o papel das mulheres no mundo e em particular nos países do chamado Sul Global, tem mudado de forma significativa nas últimas décadas, especialmente em relação à inserção crescente das mulheres no mundo do trabalho e nos espaços de poder. O avanço da industrialização, em particular com a globalização, transformou a estrutura produtiva e deu continuidade ao processo de urbanização, o que junto com a queda das taxas de fecundidade que chegou a muitos dos países menos desenvolvidos, proporcionaram um aumento das possibilidades das mulheres encontrarem postos de trabalho na sociedade. A sociedade urbano-industrial provocou uma mudança em todas as classes sociais, no mundo todo.”

Cabe a nos o foco nas políticas feministas para a total inclusão de todos na política e na vida participativa coletiva, seja para a melhoria como para uma renovação da forma de se pensar. Esses projetos inclusivos dos governos acaba atraindo cada vez mais, jovens que anteriormente não tinham interesse algum por política, mas agora conseguem se ver representados de alguma forma.



FONTE:

SUÉCIA aposta em política externa feminina:

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150624_politica_exterior_feminista_suecia_rm  acessado em 13 de Outubro de 2015 às 14:37

AS MULHERES, o desenvolvimento sustentável e os BRICS

http://brasilnomundo.org.br/analises-e-opiniao/as-mulheres-o-desenvolvimento-sustentavel-e-os-brics/#.ViFEfodB40s   acessado em 13 de Outubro de 2015 as 15:15

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